“Todos los edificios, absolutamente todos, tienen una cara inútil, inservible, que no da al frente ni al contra-frente: la medianera. Superficies enormes que nos dividen y nos recuerdan el paso del tiempo, el smog y la mugre de la ciudad. Las medianeras muestran nuestro costado más miserable, reflejan nuestra inconstancia, las grietas, las soluciones provisorias, es las basura que escondemos debajo de la alfombra, sólo nos acordamos de ellas excepcionalmente, cuando vulnerada por las inclemencias del tiempo dejan filtrar sus reclamos. Las medianeras se han convertido un medio más de la publicidad, que en raras excepciones han logrado embellecerla, por lo general son dudosas indicaciones de los minutos que nos separan de los grandes supermercados o de la comida rápida, anuncios de loterías que nos prometen mucho a cambio de casi nada, aunque últimamente nos recuerdan la terrible crisis económica que nos dejó así: desocupados. Contra toda la opresión que significa vivir en estas cajas de zapatos, existe una salida, una vía de escape, ilegal, como todas las vías de escape, en clara contravención contra el código de planeación urbana se abren unas minúsculas e irregulares e irresponsables ventanas que permiten que unos milagrosos rayos de luz iluminen la oscuridad en la que vivimos.” — Medianeras - 2011
Só precisamos abrir espaços. Abrir janelas onde o concreto impede que o sol passe. Aí sim talvez encontremos o Wally. Aí sim talvez a cidade pare de nos engolir e passemos a não apenas observar, mas sim viver a vida.
Há pouco mais de 12 horas eu pensei que precisava escrever aqui no blog sobre algo, mas não sabia o quê. Não poderia ser qualquer coisa, porque esse não é um espaço qualquer.
A inspiração chegou nessa tarde preguiçosa de um domingo chuvoso e frio. Eu não tinha planos além de ficar em casa fazendo absolutamente nada. Dediquei-me, então à leitura do livro O lado bom da vida, de Matthew Quick (que serviu de base para o filme de mesmo título).
O lado bom da vida. O título em si já gera reflexão para mim. Em meio aos problemas, às vezes esquecemos do lado bom. O enredo conta a história de Pat, um homem que fica internado por um tempo após fazer algo que ele não recorda. Ele muda de vida: começa a malhar, tenta ser gentil ao invés de ter razão, etc. Tudo isso por um motivo: ele quer voltar para o amor de sua vida, a Nikki. Aí tem muitas situações interessantes, que não vou entrar em detalhes. Só digo: leiam!
Olho para a rua e vejo essa chuva interminável e começo a pensar na minha vida. Diferente de Pat, eu não fui internada e, aparentemente, não tenho fortes distúrbios mentais. Mas uma coisa eu tenho em comum com ele: eu quero um recomeço, eu quero ser uma pessoa melhor. Às vezes não sei onde encontrar forças. Fico sentada no meu quarto quase que com pena de mim, mas isso logo passa, pois lembro de tempos em que tudo era melhor por um só motivo: meu esforço para ter dias melhores.
A vida é esse eterno paradigma de estou bem - estou mal - estou melhorando - estou bem - estou SUPER bem - estou piorando. O bom é que esse paradigma nunca para. Eu acredito em finais felizes e acredito que nossa atitude tenha tudo a ver com esse resultado.
O lado bom da vida é ter uma tarde preguiçosa, é fazer um bolo para a família simplesmente por que deu vontade. É atualizar meu blog, é ter amigos que me entendam. É rir até chorar e também chorar por tristeza. Sim, o lado bom da vida também é ter tristeza. Porque assim aprendemos, assim superamos e assim chegamos à felicidade. Como saberíamos o que é ser feliz se nunca fomos tristes? Isso é viver; isso é a vida. E o lado bom da vida é exatamente esse: viver apaixonado pela vida.
PS.: Leiam o livro e assistam o filme de coração aberto. Talvez mude sua vida ou sua tarde :)
PS.2: Talvez o lado bom da vida seja colocar o livro na janela e fazer uma sessão de fotos. Vai saber?!
Nenhuma véspera de aniversário está sendo tão angustiante quanto essa. E o motivo? Nem eu sei. Parece que tem algo de especial sair daquelas idades que carregam o "teen" na língua inglesa. Talvez eu sinta que na virada da noite, quando os 20 anos chegarem, terei um peso a mais nas costas: serei adulta. Será que isso faz algum sentido? Acho que não. Mas como posso explicar isso para mim mesma?
No dia 29 nada vai mudar. Eu vou continuar sendo a mesma Natália do dia anterior. Talvez um pouco mais animada (quem não ama fazer aniversário?), talvez um pouco mais deprimida, não sei. Sou o meu maior mistério.
Encerro um ciclo e começo outro nessa virada. 2 décadas vencidas e vejo que ainda tenho muuuuuuuuito para aprender, muito para viver. Não me arrependo de nada dos meus últimos 365 dias. Vivi diversas situações, fui feliz, quebrei a cara, caí e levantei e me orgulho de dizer que sempre fui sincera comigo mesma. Acho que enquanto eu for sincera, estarei no caminho certo.
Que venham mais 20 com mais amor, paciência, fé, amigos verdadeiros, família, música boa, muitas fotos (quero uma lente 50 mm, ok?), paz, esperança e sinceridade! Õ/
Não são raros os momentos que me pego pensando na vida e o jeito que ela é. Sinceramente, muitas vezes não vejo saída. Não é por que a gente mal nasce e começa a morrer, como alguém sugeriria, mas sim porque a sociedade, em geral, é uma grande decepção. Vejo e me espanto que o pensamento de coletivismo é quase inexistente. É cada um olhando para o seu umbigo e já eras. O exemplo clássico é aquela pessoa que tem o entendimento filtrado: só ouve o que quer, o que lhe agrada. Que raios de democracia é essa que eu só aceito o que eu quero? E desde quando relacionamentos podem ser comparados à democracia? Sei lá, sei lá.
Eu tento sempre manter a minha fé na humanidade. Normalmente o que acontece é que uns poucos aprontam e a gente desconta a raiva no mundo inteiro. Reconheço, essa é a verdade. Não é que a humanidade seja ruim. O problema é que achar os bons é raro. Será?
A gente nem sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
Pensando nisso, quis elaborar uma lista de X motivos para ainda acreditar que, sim, o mundo é bom. Sim, há esperança! Melhor do que falar, é ver. Essas imagens valem mais que quaisquer palavras.
Enfim mais um ano chega ao fim. Retrospectivas são necessárias para percebermos o quanto crescemos (ou não) nos últimos 365 dias. No fim do ano passado escrevi um post que, modéstia à parte, está muito bom. Talvez a "eu" de um ano atrás tivesse mais inspiração. Ou é só esse momento que me impede de formular palavras bonitas. Talvez porque esse ano eu esteja encerrando o ciclo com outro humor, com outras histórias, com outra perspectiva.
Sempre tento manter o otimismo, mas confesso que tem ficado difícil. De fato, a cada ano a vida me mostra que sempre há outra maneira de levar uma rasteira. Às vezes ela nem muda o jeito de te derrubar, mas te mostra que tem coisas na vida que jamais iremos aprender.
E desses tombos eu não me arrependo. Por mais que doa, por mais que eu desejasse nunca ter precisado vivenciá-los, eu sei que eles foram necessários. Como já disse aqui nesse blog, esses sentimentos servem, especialmente, para nos lembrar de uma coisa muito importante: que estamos vivos. Quebrados, no fundo do poço ou por cima da carne seca: nós estamos vivos.
Claro, não vou bancar a emo aqui e dizer que tudo em 2012 foi uma porcaria (as coisas que mais machucam são as que a gente mais lembra, não é?), porque não foi. Eu cresci muito nesse ano. Como profissional, como estudante, como pessoa. Conheci pessoas, aprendi a aceitar outras e tentei ser o melhor que pude. Sim, errei muito também. Guardei e guardo dentro de mim sentimentos dos quais não me orgulho. Se eu pudesse, jogaria eles pela janela. Mas infelizmente, essa sou eu. Eu guardo rancor. Só o tempo me arranca essas coisas de mim. Queria poder fazer o tempo passar mais rápido.
Assim como adquiri esses sentimentos ruins, também me livrei deles. Pessoas que eu não conseguia desejar nem um bom dia, hoje desejo, de verdade, que um dia possamos nos falar de novo. Sinto muito falta dessas pessoas. Queria jogar meu orgulho de lado e dizer isso para elas. Dizer o quanto senti a falta delas e de como meu ano poderia ter sido diferente se eu as tivesse comigo. Essas pessoas sabem quem elas são e espero que elas me perdoem.
Eu conheci lugares incríveis. Fui à cidade maravilhosa duas vezes. Finalmente entendi porque babam tanto ovo para esse local. Eu me senti bem lá, fiquei feliz de perceber meus sonhos são muito maiores do que essa cidade de São Leopoldo pode suportar. Visitei pessoas importantes para mim, dediquei meu tempo a elas que merecem muito mais.
Sonhei. Perdi esperança. Recriei esperanças e, de novo, as perdi. Conheci ideias novas e geniais, abri a cabeça e hoje vejo o mundo com olhos diferentes. Não sou nenhuma filósofa, mas sei que não estou mais acomodada nesse planeta. Algo me acordou de um sono profundo em que eu vivia há anos. Hoje não aceito tudo que me impõe. Eu tenho um olhar crítico sobre o mundo e espero que cada vez mais eu possa ser crítica.
Conheci músicas novas, baixei músicas sertanejas e até comprei um cd de samba. Assisti à novela (saía correndo da aula para pegar o final todos os dias), cantei no coral, toquei violão, li poucos (mas bons) livros, inclusive de autoajuda.
Experimentei comida chinesa, tentei inventar um jeito novo de fazer arroz, conheci novos temperos.
Ministrei meu dinheiro, gastei mais que devia, mas economizei no mês seguinte. Emprestei dinheiro e esqueci os devedores.
E olha só: sobrevivi ao fim do mundo!
É, até que 2012 não foi tão ruim. Ele foi exatamente o que eu precisava para que o próximo ano seja melhor ainda. Sonhos estão sendo encaminhados no momento e mal posso esperar para eles darem certo. Porque eles vão dar certo. Porque quem acredita sempre alcança. E eu acredito: 2013 vai ser sensacional.