29 dezembro, 2012

2012

Enfim mais um ano chega ao fim. Retrospectivas são necessárias para percebermos o quanto crescemos (ou não) nos últimos 365 dias. No fim do ano passado escrevi um post que, modéstia à parte, está muito bom. Talvez a "eu" de um ano atrás tivesse mais inspiração. Ou é só esse momento que me impede de formular palavras bonitas. Talvez porque esse ano eu esteja encerrando o ciclo com outro humor, com outras histórias, com outra perspectiva.

Sempre tento manter o otimismo, mas confesso que tem ficado difícil. De fato, a cada ano a vida me mostra que sempre há outra maneira de levar uma rasteira. Às vezes ela nem muda o jeito de te derrubar, mas te mostra que tem coisas na vida que jamais iremos aprender.

E desses tombos eu não me arrependo. Por mais que doa, por mais que eu desejasse nunca ter precisado vivenciá-los, eu sei que eles foram necessários. Como já disse aqui nesse blog, esses sentimentos servem, especialmente, para nos lembrar de uma coisa muito importante: que estamos vivos. Quebrados, no fundo do poço ou por cima da carne seca: nós estamos vivos.

Claro, não vou bancar a emo aqui e dizer que tudo em 2012 foi uma porcaria (as coisas que mais machucam são as que a gente mais lembra, não é?), porque não foi. Eu cresci muito nesse ano. Como profissional, como estudante, como pessoa. Conheci pessoas, aprendi a aceitar outras e tentei ser o melhor que pude. Sim, errei muito também. Guardei e guardo dentro de mim sentimentos dos quais não me orgulho. Se eu pudesse, jogaria eles pela janela. Mas infelizmente, essa sou eu. Eu guardo rancor. Só o tempo me arranca essas coisas de mim. Queria poder fazer o tempo passar mais rápido.

Assim como adquiri esses sentimentos ruins, também me livrei deles. Pessoas que eu não conseguia desejar nem um bom dia, hoje desejo, de verdade, que um dia possamos nos falar de novo. Sinto muito falta dessas pessoas. Queria jogar meu orgulho de lado e dizer isso para elas. Dizer o quanto senti a falta delas e de como meu ano poderia ter sido diferente se eu as tivesse comigo. Essas pessoas sabem quem elas são e espero que elas me perdoem.

Eu conheci lugares incríveis. Fui à cidade maravilhosa duas vezes. Finalmente entendi porque babam tanto ovo para esse local. Eu me senti bem lá, fiquei feliz de perceber meus sonhos são muito maiores do que essa cidade de São Leopoldo pode suportar. Visitei pessoas importantes para mim, dediquei meu tempo a elas que merecem muito mais.

Sonhei. Perdi esperança. Recriei esperanças e, de novo, as perdi. Conheci ideias novas e geniais, abri a cabeça e hoje vejo o mundo com olhos diferentes. Não sou nenhuma filósofa, mas sei que não estou mais acomodada nesse planeta. Algo me acordou de um sono profundo em que eu vivia há anos. Hoje não aceito tudo que me impõe. Eu tenho um olhar crítico sobre o mundo e espero que cada vez mais eu possa ser crítica. 

Conheci músicas novas, baixei músicas sertanejas e até comprei um cd de samba. Assisti à novela (saía correndo da aula para pegar o final todos os dias), cantei no coral, toquei violão, li poucos (mas bons) livros, inclusive de autoajuda.

Experimentei comida chinesa, tentei inventar um jeito novo de fazer arroz, conheci novos temperos.

Ministrei meu dinheiro, gastei mais que devia, mas economizei no mês seguinte. Emprestei dinheiro e esqueci os devedores.

E olha só: sobrevivi ao fim do mundo!

É, até que 2012 não foi tão ruim. Ele foi exatamente o que eu precisava para que o próximo ano seja melhor ainda. Sonhos estão sendo encaminhados no momento e mal posso esperar para eles darem certo. Porque eles vão dar certo. Porque quem acredita sempre alcança. E eu acredito: 2013 vai ser sensacional.

05 novembro, 2012

Saudade


Eu cresci no meio da saudade. Nunca tive vó e vô morando perto. Nunca tive tios, tias e primos morando perto. Sempre na saudade. Não acho que isso me faça menos que os outros, não acho que sou digna de pena. Talvez isso tenha me feito forte. Ou fraca, por simplesmente incorporar esse sentimento.


Adoro os falantes da língua portuguesa que se gabam por ser o único idioma que tem uma palavra para expressar esse sentimento de falta. Saudade. É nossa. Só nossa. E por que isso é bom?

Não sei, mas é nossa. E eu tenho não só uma saudade, mas muitas. Sinto saudade da minha família que mora longe, daqueles que já foram para aquele lugar melhor, de amigos que nunca mais vi ou falei. Sinto saudade de épocas, de momentos que valeriam a pena serem vistos de novo. Mas a minha saudade principal é de mim mesma.

Vejo fotos e vídeos de uma Natália que não existe mais. Uma criança espontânea, alegre e terrível. Por que não tenho a coragem da Natália de 5 anos? Será que ela morreu? Será que ela vive em mim?

Só sei que sinto saudade. Lembro de momentos e meu coração chora. Lembro de pessoas que os caminhos da vida deram outro rumo. Que saudade. Guardo todos os bons e maus momentos, seja na memória, seja nos meus álbuns de fotografia. A saudade é nossa. Nós, humanos, independente do idioma. O que importa é sentir. Às vezes é isso que nos lembra do mais importante: que estamos vivos.

31 outubro, 2012

Eu, que não fumo, queria um cigarro

Certa noite dessas, ocasionalmente andando numa Oktober Fest, um desejo estranho me consumiu. Vi pessoas fumando e desejei participar. Como nem me ofereceram, escapei dessa. Ou será que escapei?

Isso me fez refletir. Muito tempo antes de eu estar perto daquele cigarro, eu já estava corrompida. A minha mente, naquela hora uma inimiga, já estava corrompida há tempos. O que me separou do ar limpo e da fumaça foi apenas a falta do convite.

Fiquei um pouco chateada, pensando em como cheguei a esse ponto de ter a alma corrompida. Eu, que não fumo e sempre repudiei o ato, queria um cigarro. E eu que não amo você.

09 setembro, 2012

Nas entrelinhas da vida

Saí de lá suando. Senhor, como estava quente. Será que esse aeroporto não tem ar condicionado? Será que esse ar condicionado é tão ruim que não esfria o ambiente? Será que tá tão calor que o ar condicionado não dá conta? Enfim, pouco importava.

No trajeto, a surpresa: não teríamos venda de produtos, porque havia muita turbulência e nem os aeromoços estavam autorizados a tirar o cinto. Pouco me importava também. Eu tinha meu livro, meu iPod e nem a pau que iria gastar 4 pila em uma água. (Porque passam a faca assim na gente?!)

O livro que levei e devorei foi o "Nas entrelinhas do horizonte", do Humberto Gessinger (recomendo a leitura, até empresto se for necessário, hihi). Tão belo quanto as músicas do Engenheiros do Hawaii. Gessinger capta as sutilezas da vida. É impressionante. Com humor, ele faz a crítica e, melhor, provoca uma reflexão.

Em uma sociedade tão automatizada, ler sobre as particularidades da vida é fantástico. Sim, a vida não é automática!! Pasmem! Nossas ações importam, nós ainda somos humanos!! Ou será que somos?

Em SP tem mercados que funcionam 24 horas por dia. Não para nunca. Já parou para refletir sobre isso? Uma cidade que não dorme. Isso não pode ser saudável; isso não pode ser natural.

Enfim, cheguei na capital rio grandense com um clima totalmente diferente. Chovia e estava friozinho. "Droga", pensei. Estava de sandália. E eu havia voado com a Webjet, companhia aérea que faz a gente caminhar pela "pista" para chegar no aeroporto. 

Sem dúvida que eu ia molhar o pé. Tentei desviar das poças, mas não adiantou. Por um breve instante me irritei. Poxa, meu pé estava molhado! Mas, de repente, o pensamento mudou: "Opa, meu pé está molhado!". Era apenas a chuva; era a chuva! A água que cai do céu e molha plantações, abastece rios e leva embora o pó das ruas.

Não sei se foi um momento inspirado pelo Gessinger, mas eu fiquei feliz. Senti-me abençoada por ter a chuva, por poder sentir ela nos meus pés. Que momento lindo. Que prova que a vida é bela. Só precisamos enxergar. 

"Se tem alguém aí prisioneiro da melancolia-banzo-spleen-blues que costuma pintar no fim dos ciclos, sem saber o que fazer, achando que seu futuro não vale uma moeda de 11 centavos, deixo meu especial abraço. Enquanto abraço, sussurro: 'Vale muito mais!'"
GESSINGER, Humberto. Nas entrelinhas do horizonte, pg 154.

02 setembro, 2012

Inércia

Conversar com pessoas de idade ou até ouvir as conversas deles é quase como estar em um consultório médico. Eles sabem tudo sobre medicina. Tudo mesmo! O nome do osso, da glândula, da doença; que remédio faz bem ou não, que cirurgia pode ser feita etc. É impressionante. E agora tu, meu caro leitor, vai me dizer: "Ah, mas com a idade eles começam a conviver muito com situações de doença. É claro que eles vão saber quase tudo sobre o assunto".

Ao que respondo: não é o caso, meu caro amigo. A questão linda que quero levantar é que: a vida que traz os maiores e melhores conhecimentos. Não é na sala de aula; é vivendo! Claaaaro, não sejamos extremistas de querer extinguir o ensino. Mas eu olho, por exemplo, para os meus avós. Eles estudaram até o que? Oitava série? Nem sei. E eles são tão sábios. Eles arriscaram, viveram, aprenderam. Tudo isso aconteceu para que hoje eles possam ser um exemplo do que é o amor, do que é a vida. Acho muito lindo.

Do que adianta ter doutorado em 482309480932 bilhões de coisas, se não vive o mundo. Porque, sim, é possível simplesmente estar no mundo. Imagino que triste a pessoa no leito da morte pensando que não fez nada que queria, mas sim o que os outros queriam que fizesse. E se eu não quisesse me formar? E se eu não quisesse me especializar? E se eu quisesse só ser. Só SER.

É nessas horas que lembro da pressão terrível que sempre tive para ter notas boas (pressão que eu mesma fazia). E hoje vejo outras pessoas vivenciando o mesmo e penso: qual o sentido disso tudo? Hoje, poderia jogar no lixo meu histórico escolar que não sei se faria diferença. E o vestibular? Nem vou entrar em detalhes em como foi meu ensino médio. Só digo que descobri que a vida era possível depois que me formei HAHHA.

Então talvez o que eu estou querendo dizer é que a gente só aprende vivendo. A teoria é 1/10 do que a gente precisa pra saber.

Eu espero muito poder chegar à terceira idade e olhar para trás e ver que de uma guria com medo, eu me tornei em uma mulher com uma bela vida. Espero que eu já esteja vivendo. E espero que nunca seja tarde demais para todos acordarem e saírem dessa inércia.

Carpe diem. Aproveite o dia. Aproveite a vida. Não para os outros, mas para ti mesmo. 

27 agosto, 2012

0.5 ou 0.7


Grafite 0.5 ou 0.7? Sinceramente? Eu nem sei mais a diferença. Eu escrevo com o que tiver na mão. Eu não me preocupo mais que a data seja de cor bonita. A "eu" do passado estaria decepcionada com esse desleixo. Desleixo? Ou será que é apenas o amadurecimento expressado nas linhas do caderno, dizendo que o conteúdo é muito mais importante do que a forma?

Estojo? Nem sei mais o que é isso. Carrego uma caneta e só. Se ela não funcionar, paciência. Peço emprestado para alguém e depois cato no universo de canetas imprestáveis que tem aqui em casa alguma exceção. A exceção que vai rabiscar sem falhar, que ainda não está seca e servindo de enfeite inútil.

Sinceramente, não sei como mudei tanto. Como de um estojo cheio de canetas coloridas e brilhosas terminei com apenas uma mochila "tanto faz" com apenas uma caneta dentro? A vida é dinâmica, não tenho dúvida. Ontem eu queria beleza, hoje só espero pelo conteúdo. Os cadernos que me perdoem, mas o clichê vale até para eles.

15 agosto, 2012

Safras


Coração apertado. Parece que faz século que está assim. Não, não faz séculos, mas faz muito tempo já. Tempo demais de cultivo. Já passou a hora da plantação e, não estou surpresa, as plantas estão secas, sem vida. Da terra, direto para o lixo, talvez vá virar adubo? Apesar do amor dedicado a essa plantação, as raízes eram ralas, não absorveram a água. Aliás, quase não teve água. Uma grande seca destruiu tudo. Mas ainda resta aquela esperança. De que a próxima safra seja plantada na lua certa e que o tempo colabore.

26 julho, 2012

How to save a life

Hoje passei por uma experiência que nunca tinha vivenciado. Eu vi na frente dos meus olhos uma situação que me pedia ajuda. Por alguns segundos fiquei na dúvida: o que eu faço? Eu ajudo ou não?

Resolvi, então ajudar. Percebi que só pelo fato de eu estar ali, por ter lido o que eu li, eu já estava envolvida. Eu era também responsável por aquela vida.
Não fiz nada menos do que minha obrigação e acho que posso ter sido uma das responsáveis por salvar uma vida.

Passei o dia todo com essa história na cabeça e pensei em como hoje em dia é tão normal ser cada um na sua. Eu estou aqui vivendo minha vida, tu estás vivendo a tua. Eu sou responsável por mim, tu és por ti. Isso é o que a sociedade cada vez mais está demonstrando, é isso que muitas vezes eu sinto.

Mas hoje finalmente caí na real. Saí da teoria de que estamos todos ligados, que somos todos parte de algo. Eu senti na pele a responsabilidade de poder fazer algo para alguém.

Acho que todos os dias, com as mais pequenas ações, salvamos vidas. Seja com um sorriso, seja com um "bom dia". Todo mundo precisa de atenção, de carinho. E acho que não custa nada nós aprendermos a repartir isso com todo mundo. Claro, na vida a gente não gosta de todo mundo, mas então não precisa maltratar. 

A gente é responsável pelos nossos amigos, sim. A gente é responsável pelas pessoas que entram na nossa vida, sim. Talvez não tão responsável quanto um pai é de um filho. Mas a gente é. Tudo que a gente faz tem uma consequência, tudo que a gente faz pode ser o diferencial entre a vida e a morte.

Talvez quando todos nós percebermos do que somos capazes, salvaremos milhares de vidas todos os dias.

Não dá para ser indiferente. Simplesmente não dá.

11 junho, 2012

Eu estou decepcionada. Com as pessoas. Com tudo. Como pode alguém te conquistar e depois simplesmente sumir? Sério, não estou dizendo que tu és eternamente responsável pelo que cativas. Como bem disse Martha Medeiros certa vez, isso seria um fardo pesado demais para qualquer um. Imagina as pessoas vítimas de um admirador platônico. Ela seria responsável por ser quem é e, involuntariamente, cativar alguém? Não, isso é demais para se pedir de uma pessoa.
Mas o que eu não acho demais é pedir um mínimo de consideração.

22 maio, 2012

Caminho

Sabe aqueles filmes em que absolutamente tudo dá errado e, no fim, magicamente, dá certo? Estou começando a acreditar que a vida é mais ou menos assim. Claro, não tem mágica. Tem apenas pessoas tomando decisões que vão fazer toda a diferença no final.

Hoje terminei de ler um livro de auto-ajuda. "Ele não está tão afim de você" é uma compilação de terríveis desculpas que nós, mulheres, sempre damos para justificar aquele carinha que simplesmente NÃO ESTÁ AFIM DE NÓS. Não adianta. Está na nossa natureza: "ele não me ligou, porque está ocupado", "ele não é maduro ainda para um relacionamento sério", etc. Mulheres, se aprendi algo com esse livro é: parem. É tosco, mas é verdade que tem muuuitos outros peixes nesse mar chamado "MUNDO" e tem que ter alguém que vai te valorizar como tu merece. (Enfim, um livro bem legal e super engraçado. Recomendo para distrair um pouco. Também tem o filme que é tudo de bom.)

Eu não sou fã número 1 de livro de auto-ajuda, mas vou te contar uma coisa: esse me ajudou bastante, hahaha. Já sinto uma mudança na minha atitude perante a vida. A vida é um eterno aprendizado, como diria qualquer pessoa. Todo santo dia a gente agrega algo novo, a gente aprende.

É, reconheço que a vida nem sempre é um mar de rosas. Há problemas, há gente chata, há doenças, há caminhos que passam pelos becos mais obscuros, mas, acima de tudo, há esperança. Sem esperança não há como viver. Claro, vamos viver o presente. Não adianta viver na brisa do amanhã. Eu adoro pensar no amanhã. Seguidamente me pego imaginando minha vida sem todo esse drama adolescente, com um emprego, uma casa própria. E o mais engraçado é que eu imagino como eu vou pensar de quão boba já fui. Eu já me vejo no futuro e isso é assustador quando se percebe que o futuro ainda falta muito.

Nossas atitudes têm tudo a ver com isso. Se eu vou pegar tudo de ruim que acontece comigo e me fazer de vítima - PIMBA! - temos uma vítima. Sério, não sou a pessoa mais alto astral que vocês vão conhecer na vida. Não sou uma entusiasta de carteirinha, mas eu tento, ao máximo, levar a vida com leveza. Por que se desesperar antes de achar outra saída? Sim, há momentos que os becos são sem saída. Mas eu te pergunto: será que é sempre assim? Será que todo problema é uma rua sem saída?

Eu acredito no final feliz. Talvez seja a inocência de uma jovem... Espero que seja a inocência que vou levar para a vida. E se há o final feliz, porque não fazer do caminho um momento feliz também? 


06 maio, 2012

Crise

Eu sempre achei que tinha escapado dessa fase de dúvidas. Desde a sexta série, eu já sabia o que queria e nada me fez mudar. Grande ilusão que seria assim tão fácil!
Estou em crise. De identidade. De profissão. DE TUDO. De repente, estou apavorada com o futuro. Vou ter sucesso, é isso que eu quero? Eu não sei mais. Eu não sei nem mais se tenho talento pra coisa.
E o lado profissional é só a metade do que está me atormentando.
Eu quero agir pra ser melhor. Mas não sei como. O que preciso fazer? Onde estão as respostas?
É, estou em crise.

27 março, 2012

Silêncio

Eu me pergunto se algum dia vou encontrar o silêncio. Eu me deito e espero perder o controle da minha mente e estou rodeada de sons. Se não é o barulho da estrada que está a alguns metros de mim, é o barulho da minha mente gritando coisas que eu quero esquecer. Eu quero parar de pensar por 5 minutos. Eu quero silêncio. Não quero nem o zum zum de um mosquito.

Quando finalmente acho que o silêncio chegou, a minha mente me prega a maior das peças: ela começa a sonhar. Ela fuça nos cantos mais obscuros e traz à tona coisas que eu nem lembrava mais. Pra quê? Não sei.

Aliás, sonhos. Como são engraçados. Meu consciente sempre começa eles. Depois o inconsciente decide se a história é boa ou não e se deve ser continuada. Eu sempre me imagino no futuro e, estranhamente, eu nunca tenho rosto. Talvez eu ache que eu vá mudar muito em 10 anos, não sei. Mas o lance de sempre ser no futuro é bem interessante. Por que eu iria querer sonhar com o meu presente? Acho que o presente não precisa estar no inconsciente tanto quanto precisa estar no meu pensamento nas outras horas do dia, em que milhares de pensamentos passam pela minha mente.

Estranho, né? Pensar que nunca estarei no silêncio (ao menos em vida, né, hahaha). Mas eu queria um pouco de silêncio. Só 5 minutos. É pedir demais?

11 março, 2012

Lei da insistência

Amizade é um assunto delicado. Quem nunca achou que ia ser para sempre e, do nada, acabou? Muitas vezes tentei segurar com todas as forças pessoas que eram tudo para mim. Tentava marcar eventos para que pudéssemos continuar juntos, mas a pessoa simplesmente arrumava as piores desculpas, que nem, ao menos, tinham um tom de arrependimento. Insistir se torna chato. Eu me sentia mais chata do que rejeitada quando corria atrás dessas pessoas. Para mim aquilo não era um esforço. Era o mínimo que eu poderia fazer. Com o tempo, óbvio, a gente percebe que a vida muda, os caminhos percorridos mudam e não há como manter tudo da mesma forma que era antes.

O mais engraçado é que, em muitos casos, depois que parei de encher o saco, muitos desses amigos falaram comigo, tentando manter a amizade. E o pior de tudo é que eu não tinha mais paciência. Não tinha assunto e nem procurava ter o que falar.

É a famosa e paradoxal lei da insistência. Parece que quando a gente desiste, a pessoa se toca e vem atrás.

Recentemente, como forma de certo “consolo” uma amiga me mandou a letra de uma de nossas músicas preferidas, o Amanhã Colorido, que diz assim: “não desista de quem desistiu”. Aí me pergunto: será? Para uma pessoa chegar ao patamar “amigo” é por que ela é importante o suficiente para que a luta por ela seja válida. Mas eu acho meio injusto com quem não desistiu. Sei lá. É dolorido ver pessoas se afastando sem motivo. Acho que, muitas vezes, o problema está na comunicação. Aliás, o problema 99% das vezes é por causa da comunicação, ou a falta dela. Poxa, fala o que tem de errado. Ainda mais se as pessoas estão preocupadas e tristes com isso. Isolar-se não resolve nada. Só faz os outros, por fim, desistirem de quem já desistiu e aí acaba. Sem motivos aparentes.

01 março, 2012

Hoje uma notícia me entristeceu.
Tudo começou há 7 meses quando comecei meu primeiro estágio. Estava muito feliz, mas com muito medo. Medo de não me adaptar, medo de não ser aceita. Grande bobagem! De cara fui recebida muito bem. Em especial, tinha uma pessoa que sentava praticamente do meu lado. Logo ela me mandou um e-mail com as informações mais importantes e me ajudou o tempo todo. Com o tempo, o gelo derreteu e começamos a construir uma amizade muito bonita.
Amanhã minha amiga Rafaela Kley encerra a participação dela como estagiária do IHU. Sei que ela precisa seguir o caminho dela, que, com certeza, será de muito sucesso, mas eu não queria vê-la partir tão cedo. As manhãs não serão as mesmas, a corrida matinal pelo café também não. Aquele canto da sala ficará vazio.
Querendo ou não, assim é a vida. Nada é permanente, a vida segue sempre em busca do melhor. Porém, a amizade permanece, as lembranças serão eternas e a torcida e admiração também.
Rafinha, admiro-te demais. Muito obrigada por tudo sempre. Tu deixarás saudade, mas sempre estarás no meu coração (e também nos veremos de noite pelo campus, hahahaha).

Luana, Rafinha e eu.

22 janeiro, 2012

"Dor de cabeça"

Achei um pedaço de papel com um textinho que escrevi durante uma aula no ano de 2009. Achei muito engraçado, quero compartilhar.

Domingo fui dormir com dor de cabeça. Pensei que uma boa noite de sono seria a solução para aquela dor aguda (se é que assim posso definir). Estava enganada. Até as 3 da manhã (quando fui tomar um paracetamol) meu sonho praticamente retratou minha dor: era eu indo embora da escola por estar com dor de cabeça e encontrando o Warrick (ex- CSI), que, supostamente, era a minha carona para casa. 
Após o remédio fazer efeito, retomei o embalo dos sonhos meio loucos, dos quais não me recordo. Mas de uma coisa eu lembro: o grand finale. "Todos estão tranquilos em Townsville (algo meio 'Meninas Superpoderosas'), exceto Natália que está com uma terrível dor de cabeça". Acordei rindo. Impossível não sorrir mediante tantas maluquices sonhadas em uma noite só.

19 janeiro, 2012

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2012 começou estranho. Um sentimento de desânimo tomou meu corpo como não havia há meses. Eu sei a culpada disso tudo. É a primavera que faz a gente sonhar demais para no calor do verão tudo derreter. No outono vai sempre como sempre é, as folhas caindo no quintal, só não o meu amor, porque ele é imortal. RSSSS. Desculpa, não resisti plagiar um pouco Sandy & Junior.

Então, até a palavra "derreter" tava sério esse post. Eu fui contaminada por uma TPM extendida. Não sei o que causou isso. Só não tive mais vontade de levantar da cama de manhã, de trabalhar. Até que um dia eu estava a caminho do trabalho e ouvindo uma música meio que acordei: se eu continuar com essa postura, certo que esse ano vai ser uma porcaria. 2011 só foi maravilhoso porque eu fui atrás disso, mantive-me positiva diante dos desafios e me dei bem. Enfim, depois de uma semana com pena de mim mesma eu me toquei do quão ridícula eu estava sendo.

A novidade desse verão é que estou tomando café. Sim, café preto. Nunca gostei e ainda não gosto, mas está virando necessidade. Eu sei que isso é a informação mais inútil que vocês leram hoje, mas tô nem ae. Agora já leu, hahaha. Brinks, eu sei que ninguém lê meu blog. As vezes eu recebo uns comentários, mas a decepção é grande quando vejo que é só propaganda para eu visitar o blog da outra pessoa. Tudo bem, pode vir fazer propaganda, mas, PELO MENOS, leia a postagem, faça um comentário sobre o pensamento que expus. Eu faço questão de não visitar o blog de vocês quando recebo uma mensagem dessas. Poxa, falta de consideração esse fingimento. Tudo bem que posso escrever nada com nada, mas eu escrevo o que eu gosto aqui, tenho um carinho gigante por todas as postagens. Elas não foram vomitadas aqui. Foram pensadas, elaboradas (as vezes nem tanto). Enfim, momento revolts, haha.

Mas isso tudo é coisa das férias. É muito pensamento para pouco contato com amigos e muito ócio, haha. Inclusive foi esse ócio que me fez gravar o vídeo abaixo:
Essa música é simplesmente fantástica. Na voz da Adele, aquela linda, nem se fala. E ela diz tanto, sabe. Não só a letra. A melodia me leva a uma reflexão muito profunda. E aí vejo como a música tem poder. A música é a alma da pessoa falando. E, por incrível que pareça, as pessoas sentem de modos extremamente similares. Incrível porque a gente é tão único, mas no fim, todo mundo é tão parecido. Isso faz sentido? Cada um com um código genético único entre bilhares de pessoas...mas buscando, no fundo, as mesmas coisas. Nossa, estou confusa com meu próprio pensamento. HAHAH Colocar em palavras o que está na cachola nem sempre é simples. Enfim, essa música é apaixonante. Quem nunca se sentiu assim por uma pessoa? Disposta a fazer o que fosse para que ela sentisse seu amor? Certo que sim. Porque a vida é assim. Milhares de decepções até, quem sabe, um acerto. Vejam a versão da diva master:
Demais, né? Adele diz ao ser questionada pelo seu tipo físico que ela canta para ser escutada e não vista. Olha, só posso dizer que essa mulher é foda. Ela é a heroína de todas as pessoas que estão cansadas de se sentirem fora dos padrões de beleza da sociedade. A verdade é que muita gente pensa isso e fala, mas falta alguém com "status" liderar a causa. Adele está aí, linda, glamurosa, elegante para colocar todas as "mulher-fruta" no chinelo. Aliás, sem querer ofender, mas que tipo se pessoa de expõe desse jeito para conseguir fama??? Isso é se HUMILHAR. Mulheres, tenham amor próprio. Chega de fotos "sensualizando" no facebook. Ganhar 37219837982312 likes e ser assediada por qualquer mané te faz feliz? Que felicidade estranha. É nesses momentos que vem a frase "não julgue ninguém" na cabeça. Tá, vou tentar não julgar. Fim de papo.

Eu achei que eu não tinha nada pra escrever no blog e vim aqui só pra inaugurar as postagens pro ano de 2012. Afinal, eu tenho o que falar. E teria muito mais. Mas estou com sono e vos deixo. Acho que vou ter que fazer isso mais vezes, hahah.