13 julho, 2011

Cracolândia

Passei alguns dias em São Paulo e a cena que mais me marcou foi algo que vi de longe, por poucos segundos. Em uma rua havia muitas pessoas zanzando como zumbis e fiquei sabendo que ali era a Cracolândia.

Obviamente, já tinha ouvido falar desse lugar, mas nunca tinha visto, nem pesquisado. Eu não tinha noção do que "cracolândia" significava. Eram pessoas exatamente como zumbis, não existe melhor descrição. São pessoas sem vida, esperando virarem alimento para vermes debaixo da terra (se é que irão ser enterradas, né).

Isso me faz pensar a que ponto o ser humano chega por causa dessas malditas drogas. A dependência é tanta, que os usuários largam suas famílias, suas casas, TUDO para viver numa rua como mendigos. Não tem lógica nenhuma.

E o que mais me deixa indignada é que nos dias de hoje todo cidadão que não vive completamente isolado numa ilha sabe dos efeitos das drogas. TODO MUNDO sabe que fumar pode desenvolver câncer, impotência sexual e tantas outras coisas que estão, inclusive, no rótulo dos maços dessa porcaria. Mas, mesmo assim, tu vai numa festa e vê gente da tua idade fumando e, adivinha: se achando o MÁXIMO. Certo, deve ser o máximo acelerar a morte. Deve ser o máximo morar na cracolândia para impressionar as pessoas que passam com o tamanho da estupidez.

Nesse contexto, penso no que leva uma pessoa a fazer isso. Não precisa ser psicóloga para perceber que quem recorre a esses métodos têm alguns problemas. E eu sei que não adianta vir com o argumento de que "todo mundo tem problemas", porque problemas têm intensidades diferentes. A questão que realmente interessa é que criar mais um problema, não resolve problema nenhum. No fim, tu vai estar só piorando tudo e voltar para a vida é muito difícil.

Dizem que a recente propaganda da RBS do Crack, nem pensar fez aumentar o número de consumidores da droga. Única conclusão: como existe gente babaca.

Nossa, Natália! Que insensível!

Não acho. A vida é feita de escolhas e com as drogas é a mesma coisa. Ou tu é babaca, ou tu não é. Ou tu vai se achar o máximo fumando na festa, ou tu vai ter consciência. Ou tu vai virar um zumbi em uma rua de São Pauo (ou de qualquer cidade desse mundo, tu pode escolher), ou tu vai ter uma vida decente.

3 comentários:

Andrei Santos disse...

Eae Natyy..ótimo esse texto, cada vez que leio teu blog percebo que realmente tu escolheu o curso certo na faculdade. Tu tens um dom para a escrita que poucos tem.
Bom, é realmenete grande estupidez das pessoas acharem que estão "abalando" usando drogas.
Se é assim que eu me torno popular, acelerando minha morte como tu disse, prefiro ficar no anonimato e continuar careta como sou agora.
Bj e continua encantando com teus textos.

Gísia disse...

SeguindoO seu blog SEGUE LÁ tb
http://www.mundiinhodosonhos.blogspot.com/

Anônimo disse...

Seria cruel da minha parte desejar que alguém soltasse no mercado uma droga que matasse na primeira dose?
Acho que pouparia muitas despesas com tratamentos e os familiares dos babacas drogados podias seguir com suas vidas mais rapidamente.
bom...É o que eu acho.