02 agosto, 2010

sobre cotas e o verdadeiro preconceito

Como uma boa candidata à UFRGS, tive que verificar algumas coisinhas sobre vagas, pontuação, etc. Fiquei chocada.
Por exemplo, no meu curso existiam 34 vagas de acesso universal, 8 para ensino público e 8 para público autodeclarado negro.
PASMEM, foram aprovados 34 do acesso universal, 1 autodeclarado negro e 15 do ensino público. OPA, MAS, NATÁLIA, NÃO ERAM APENAS 8 VAGAS PARA O ENSINO PÚBLICO?

Exatamente, caro leitor. O que não foi aproveitado dos autodeclarados, foi para os do ensino público (MERD*, quero sinônimos para essas palavrinhas aqui).

Agora eu pergunto: qual a moral disso? Isso, para mim, só gera raiva por parte de quem não teve benefício algum. Só gera um preconceito AINDA maior. E eu TAMBÉM me sinto vítima de preconceito. Eu, assim como qualquer candidato, tive (ou terei) que estudar. A cor da minha pele ou a escola que eu frequento não me difere. Bom, a escola talvez sim. Outro grande problema: o governo quer resolver o problema da educação facilitando o ingresso na faculdade. Isso está errado. A mudança tem que vir da base da educação, a partir do ensino infantil.

Os conceitos estão invertidos. TOTALMENTE. E isso é lamentável. O Brasil quer tanto crescer, mas não sabe investir onde deve. A Copa vai trazer grana, turismo, o que for, mas, até onde eu saiba, não vai melhorar a educação, o maior tesouro que uma pessoa pode ter, na minha opinião.

Tá, e o que tu vai fazer para mudar a situação, Natália? Eu sonho em ser professora um dia. Não acho que isso vá mudar o mundo, mas eu posso mudar para melhor a vida de pessoas assim. Ou talvez até dentro do jornalismo. Nunca se sabe. Escrevo esse texto. Sair de Wonderland e refletir já é um início.

Eu só acho que não devemos cruzar os braços e aceitar. Devemos expor nossas ideias, lutar pelo que acreditamos.

Um comentário:

Heloísa disse...

Super concordo com você nesse aspecto, cotas só servem para acentuar a diferença, e não para apaga-lá, muita gente bem mais capacitada perde vaga para pessoas que, em sua grande maioria, acabam abandonando o curso na metade por não conseguir acompanhar, juntamente por falta de uma base sólida no ensino basico e médio.


Mas nem se preocupe, vamos passar, você vai ver *-*