05 março, 2014

Carnaval de Cádiz

No último sábado tive uma experiência inédita na minha vida: saí para "pular" carnaval. O destino foi a famosa cidade do carnaval aqui na Espanha: Cádiz, no litoral e cerca de 1h30min de Sevilla.

Bom, e o que tem de tão famoso nesse carnaval? Milhares de pessoas saem às ruas fantasiadas. E, sério, são fantasias incríveis! Para mim, o mais divertido foi ver a criatividade do povo. Já a festa não é nada parecido com o que eu pensava. Não tem música para dançar e curtir. A moral desse carnaval é que ele é um botellón (quando as pessoas vão às ruas beber) gigantesco com pessoas fantasiadas. É isso: gente bebendo na rua. hahaha

De qualquer modo, foi uma baita experiência e, claro, um choque ver o estado da cidade no decorrer da noite. As ruas se transformaram, literalmente, em uma lata de lixo. Tudo jogado no chão e muito nojento (os banheiros nem comento). Muita gente mijando e vomitando na rua, haha. Mas isso tem no Brasil também.

Espero um dia voltar à Cádiz para conhecer mais a cidade em si.

Eu de tia peruca, haha.


Estrelinha no lixão! Bem tenso.

 Próximo destino: Gibraltar! :))

Besitos

16 fevereiro, 2014

Granada tiene un color especial

Sem desmerecer a minha encantadora Sevilla, preciso me apoderar da música "Sevilla tiene un color especial" e falar de Granada. A cidade, que fica a 250 km daqui, é linda demais! Ali, as marcas árabes têm muito mais força do que em qualquer cidade que visitei até agora (que não foram muitas, mas ok). 

A Alhambra é o ponto must da cidade, juntamente com o bairro Albaicín. Lugares incríveis! Dá vontade de tirar fotos de todas as paredes, hahaha.

As ruelas de comércio para turista também são muito legais. Ali, dá para pagar 2 euros para ter seu nome em árabe, haha. CLARO que comprei. Turistas will be turistas. E também experimentei um chá de leite (tipicamente árabe) muito bom! Não sabia o que esperar disso, mas fiquei positivamente surpresa!

As pessoas de Granada também são as coisas mais queridas do mundo. <3 p="">

Outra descoberta nessa viagem foi o Blablacar, que é tipo uma "carona solidária". É um site onde pessoas que estão fazendo um percurso, oferecem carona por preços melhores do que ir de bus ou trem. Por exemplo, gastei 22 euros (ida e volta) para Granada. Super em conta! Além de ser muito legal conversar com o pessoal que dá a carona. 





Mais fotos: http://www.flickr.com/photos/nataliascholz e no meu facebook :)

Besitos! ;*

13 fevereiro, 2014

Sobre Córdoba, o primeiro perrengue e a primeira semana de aula

Bom, quero começar falando da minha primeira viagem aqui na Espanha. No último sábado fui para Córdoba, cidade andaluza que está a uns 150 quilômetros de Sevilla. Ali praticamente se respira história. A ponte romana data um século antes do nascimento de Cristo. É algo impressionante conhecer uma construção que tem taaaantos anos assim. Outro must do local é a Mesquita-Catedral, que como o próprio nome sugere, era uma mesquita que foi transformada em uma catedral católica. Não sei explicar muito sobre essa história por motivos de: sempre que eu chegava perto da nossa guia para ouvir a explicação, ela já estava acabando de falar. Esse foi um dos problemas dessa viagem. Fui com um grupo de intercambistas da Universidad de Sevilla. 55 pessoas e 1 guia. Não sei por que eu sempre era uma das últimas a chegar, rs. Mas sério, isso me irritou profundamente. Vi muita coisa linda lá. Mas não aprendi muito. Já sei que esse tipo de viagem não faço mais. Vivendo e aprendendo, né. 

PS.: O dia foi TENSO. Choveu 98% do tempo.

O primeiro grande perrengue foi quando voltei de Córdoba, destruída pela chuva e louca para um banho quente. Mas claro, nada é perfeito: estávamos sem gás. Meu roomate não tinha conseguido comprar. Otimista, pensei: ok, amanhã resolvemos. Domingo, né gente. Normal no Brasil tu chamar gás a qualquer hora. Mas não estou no Brasil. Estou na Espanha, onde nada funciona domingo. NADA. Dia morto. Dia de descanso pras famílias. OK. Segunda resolve, né? Não. Liguei para os caras do gás e - olha que legal - eles só passam em dias específicos: terças, quintas e sábados. Quase chorei, né. Ainda bem que não tinha aula nesse dia. Mesmo assim, lavei meu cabelo na pia com água gelada e, consequentemente, fiquei meio doente. Parabéns para mim. Mas, ainda bem, terça veio o gás. Para garantir, compramos 2 de uma vez. Espero nunca mais ficar sem, hahaha.

Então meu primeiro dia de aula foi depois de uma noite febril. Ok. Mas foi legal mesmo assim. Vou cursar duas cadeiras muito legais, exatamente sobre meus assuntos preferidos: audiovisual e foto. Mas achei uma coisa bem estranha: os colegas não dão muita bola pra intercambista. No Brasil, intercambista é "celebridade". Todo mundo quer mostrar tudo, levar pra passear, etc. Aqui não. Eles são meio fechados nos grupos deles. Agora entendo porque normalmente se faz mais amizade com pessoas que são intercambistas. Temos que nos unir, né hahah. Mas enfim, são coisas que vou passar, vou superar e, como sempre, vão me fazer aprender.

Ponte romana. Córdoba.


Mesquita-Catedral.
Hasta luego!

03 fevereiro, 2014

España: los primeros 6 días

Parece que já estou em Sevilla há meses. A cidade do flamenco é encantadora! As pessoas todas são um amor!! Sempre que pedi informações na rua, todos foram muito gentis e até caminhavam um pedaço do trajeto comigo. Só posso dizer que estou apaixonada.

Aqui no hostel que estou, o Sevilla Inn Backpackers, tive a oportunidade de fazer um tour grátis por alguns pontos da cidade. A história daqui é impressionante. Sevilla foi a cidade por onde passavam todos os navios que vinham da América no período colonial. Então era uma cidade muuuito rica! Mas depois o rio foi perdendo profundidade e tiveram que deslocar para Cádiz (acho) e a cidade ficou meio parada. Então, planejaram uma exposição para o ano de 1929. Construíram muitos prédios para esse evento (que hoje são lugares importantes para o turismo aqui). Quem já estudou um pouco de história sabe o que aconteceu em 1929: CRASH. Então foi meio que um desastre. Claro, hoje isso traz dinheiro para a cidade, mas na época não.

Outro ponto interessantíssimo é a Catedral. Ela tem vários tipos de arquitetura: gótica, barroca, árabe (não sei bem como chamar isso, hahaha). Mas é algo impressionante! Eu fico perplexa quando penso que só essa catedral tem quase a idade do Brasil. E a história por trás dessa catedral também é demais. Houve uma época em que dentro da igreja ocorriam as negociações, porque "aos olhos de Deus ninguém ia tentar enganar o outro", né. Até que um padre chegou e colocou ordem no galinheiro, dizendo que igreja não era lugar para vender coisas. Por isso, a catedral tem correntes em volta e também esculturas que remetem ao episódio na Bíblia em que Jesus expulsa os comerciantes do templo. 

A cidade carrega dois recordes: a maior temperatura registrada na Europa e a cidade que inspirou mais óperas. Por isso aqui chamam de: Ciudad de Opera.






Vale? :)

23 agosto, 2013

Alma para olhar


O que diferencia um fotógrafo de uma pessoa com uma câmera? Evgen Bavcar responde isso com sua incrível história de vida que tive o prazer de conhecer ao ler o livro "Memória do Brasil". Cego desde os 11 anos de idade, o esloveno produz fotografias que eu não conseguiria com o maior dos esforços. E para essa frustração, encontro uma resposta: fotografar é algo além de técnica; é sentimento. 

É incrível como percebo o quão cega eu posso ser, apesar de ter uma visão saudável. Eu vejo o que está na minha frente, mas compreendo? Consigo me aproximar da essência do que vejo? Ao menos faço algum esforço para me desprender do que o mundo quer que eu veja para que eu possa sentir? Bavcar, nesse livro, relata sua visão do que conheceu do Brasil e apresenta seus personagens pela beleza de suas vozes e os relaciona com as corres que guarda em sua memória visual. Parecido com uma das reflexões que traz o livro “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, Bavcar nos provoca a subir no pelo do coelho, sair da zona de conforto e ver com a ingenuidade de uma criança, com a sensibilidade de visão de um cego.

A última frase do livro é sensacional: "Se para alguns o amor é dar o que não se tem, não lamento esse ato de amor que chamo minha fotografia conceitual, isto é, a doação da imagem."

Para quem gosta de fotografia e filosofia, esse é um ótimo livro! Super recomendo :) Compartilho aqui também uma das minhas fotos preferidas. Esse retrato chega a me provocar um arrepio, de tão belo, sensível e puro.