17 janeiro, 2009

Tardes de verão

Era uma tarde de verão. Igualzinha a todas as últimas das quais eu, Rebeca, estava acostumada: um livro na mão e um copo de água ao alcance. Rotina de férias. Mas nesse dia, em especial, eu tinha companhia debaixo da sombra refrescante do grande pé de manga, o meu cachorro Clif. Grande amigo este! Já com 9 anos nas costas e sempre fiel, mas já um pouco cansado. E ali ele deitou-se e roncou.

O som chamou a minha atenção. Cachorros roncam? Jamais havia percebido. E como era lindo observar sua barriga levantando quando inspirava o ar da cidade. Estaria ele sonhando? Com o que? Seria com ossos suculentos ou cadelas atraentes? Aposto em ossos, porque Clif não tem pensamento indecentes. Bom, pelo menos é isso que eu acho. E assim foi. Minutos observando aquele ser que eu tão bem conhecia, momento que me fez pensar em sua vida. Uma vida de cão.

Jamais me esquecerei do dia em que chegou em nossa casa pela primeira vez. Tão perdido e assustado e ainda sim me fazia sentir medo dele. Mas como? Mais inofensivo que ele, impossível. E assim ele continuou. Um doce de cachorro, jamais agressivo e sempre amigo, como se ele fosse eternamente retribuindo o favor de ter sido tirado da rua por nós. E eu realmente acho que é isso que ele faz. O olhar dele demonstra gratidão.

Mas então me lembrei de que a vida passa. De que os cachorros tem uma vida mais curta que a nossa e de como não somos sempre gratos a eles por sua fieldade. E isso não está certo, está? Quantas vezes cheguei em casa enfurecida com tudo e todos e Clif estava lá abanando seu rabo, demonstrando o quão alegre estava ao me receber. Quantas vezes?

Comecei a chorar pensando no pouco tempo que ainda poderia ter com ele. Alarmado com minha ação, lá estava Clif acordado olhando para mim como que dissesse: "Está tudo bem! EU estou aqui contigo!". Respondendo ao seu consolo, dei-lhe um abraço. Um abraço que representava minha dependência desse animal, que para mim era o melhor amigo possível.

Quando me acalmei e soltei Clif, ele voltou a dormir. Com o som do ronco ecoando novamente, pensei na lição que um simples vira-lata podia me trazer: a lição do AMOR INCONDICIONAL, a AMIZADE que qualquer um pode oferecer. Nada pode impedir o amor! Nada.

3 comentários:

' basho disse...

OWWWN nati! Que fofinho! *-*
Pelo menos o teu caozinho nao te dá créu :x

Natália Scholz disse...

HSUAHUSA
nem te conto :X
hihihi

Bruxie disse...

que amoooor!
Nati, tu é tããão fofa!