20 dezembro, 2010

Parabéns papai



Hoje fui ao mercado colocar mais saldo no meu celular, porque ultimamente parece que a Tim gostou de comer meu dinheiro, que seja.
Chegando ao caixa fiquei atrás de um homem com um filho de uns cinco anos, eu acho. E depois de mim tinha um senhor um pouco mais de idade.



A criança, agindo tipicamente conforme a idade, ficou achando mais elementos para comprar. Ele pegou um Tic Tac e pediu.

-Pai, posso levar isso?
-Não.
-Ah, pai! Por favor, pra gente comer no cinema hoje.
-Não.


Beleza. Normal. Pelo menos pra mim, que escuto mais "nãos" que qualquer coisa. Nisso vem a frase do dia:

-Parabéns, papai!


Sério, fiquei uns cinco segundos tentando situar o que essa frase era para significar. O pai olhou pro senhor atrás de mim, sem reação alguma. Continuou a empacotar os produtos.

Ele parabenizou o pai por ter dito não. Isso mostra a que ponto o mundo está. Crianças sem limites é o que mais tem, tanto é que quando se vê um pai dizendo não, há reações desse tipo, de parabenização por um ato que deveria ser óbvio.




É que nem aquele lance da palmada, que o presidente Lula colocou em pauta nesse ano. Tudo bem proibir uma criança ser espancada, mas uma PALMADA? É educativo. Não tem o que discutir. Quando se é criança, a linguagem falada como o NÃO nem sempre significa alguma coisa, mas com a repreensão o sentido é ganho.

A criança hoje no mercado não insistiu mais que aquelas duas vezes. Não duvido que esse tenha recebido palmadinhas nos últimos anos. Aliás, tenho certeza, porque se não fosse assim, certo que ele teria esperneado, ter feito o escândalo até o pai ceder ao pedido do filho, o que normalmente acontece.

Educar é dizer não. Educar é dialogar. E se preciso, dar uma palmada. Sem espancar, né.


Crianças educadas serão pais de crianças educadas e o mundo será melhor.
Crianças sem limites serão pais de crianças mais mal educadas ainda e o mundo será pior.

Se não for por nós mesmos, que seja pelo mundo, né.

Um comentário:

Felipe disse...

Verdade. Estamos do jeito que estamos, por causa de pais que não sabem impor limítes.